A profissão de biólogo é uma paixão, sim sou suspeita em falar, pois além de ser bióloga sou mestra e doutora em biologia (isso que é gostar da coisa…rsssss).

Envolve diversas áreas, passando pelas exatas (sim, você vai ver disciplinas de física, matemática e química na graduação), pela área da saúde (anatomia, fisiologia, embriologia, microbiologia etc), as mais cobiçadas botânicas e zoologia, além da paleontologia e geologia (sim, se você ama dinossauro você tem que fazer biologia), as temidas (por alguns) ecologias e as queridinhas do momento (genéticas, biologia molecular, biotecnologia, etc).

O biólogo atua nas mais diversas áreas de conhecimento, acima eu citei algumas das disciplinas que estão na grande maioria das grades curriculares dos cursos de graduação. Lembrando que além dessas, para quem opta pela opção de Licenciatura, também terá as disciplinas pedagógicas.

Na minha graduação eu fiz o bacharelado, e o curso ainda tinha a ênfase em controle ambiental, ou seja, além da grade curricular normal do curso, eu tive disciplinas mais específicas como gerenciamento de resíduos, microbiologia ambiental, biologia dos solos, EIA-Rima, e mais algumas que são mais comuns em cursos de pós graduação na área ambiental.

Um pouco sobre a profissão do biólogo

Reconhecida legalmente no dia 03 de setembro de 1979, pela Lei Nº 6.684 aqui no Brasil, o profissional biólogo é toda a pessoa que obtém o grau de bacharel ou licenciado em curso de História Natural, ou de Ciências Biológicas, em todas as suas especialidades ou de licenciado em Ciências, com habilitação em Biologia, expedido por instituição brasileira oficialmente reconhecida.

Podendo formular e elaborar estudos, projetos ou pesquisas científicas básicas e aplicadas, nos vários setores da Biologia ou a ela ligados, além de assuntos sobre a preservação, saneamento e melhoramento do meio ambiente, executando direta ou indiretamente as atividades resultantes desses trabalhos. Poderá também orientar, dirigir, assessorar e prestar consultoria a empresas, fundações, sociedades e associações de classe, entidades autárquicas, privadas ou do poder público, no âmbito de sua especialidade, além de realizar perícias e emitir e assinar laudos técnicos e pareceres.

O biólogo pode atuar em diversas áreas, pois se trata de um curso que abrange muitos conteúdos. Confira abaixo a lista de áreas de atuação atualizada que montei com base nos dados obtidos no site do CRBio 3 e CFBio (conselhos regionais e federal do biologia).

Experiência pessoal

Existem vários sites de informação sobre as particularidades da profissão, por isso vou falar um pouco da minha vivência para você.

Como comentei, sou bacharel em ciências biológicas (ênfase em controle ambiental), na minha graduação eu comecei um estágio voluntário no antigo Parque de Animais Selvagens Pampa Safári (Gravataí – RS) já no primeiro semestre de graduação. Continuei por 5 anos esse estágio e no final da graduação meu estágio curricular foi no Zoológico da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (Sapucaia do Sul – RS) em virtude da minha experiência com manejo de animais silvestres. Além disso meu trabalho de conclusão de curso foi em hematologia e bioquímica de tartarugas desses dois parques.

Fora isso, ainda na graduação, eu fui monitora das disciplinas de microbiologia, parasitologia e imunologia, onde trabalhei nos laboratórios de microbiologia médica do curso de biomedicina com análises clínicas.

Também fui bolsista de iniciação científica na área de monitoramento controle biológico de corpos d’agua doce, e bolsista voluntária no laboratório de botânica trabalhando com briófitas (onde começou a minha paixão por essas pequenas).

Só com a minha experiência na graduação você consegue ver o quão abrangente é esse curso (isso que não falei da minha atuação com dados de saúde publica e pesca de tubarões).

No meu mestrado (postagem que estou devendo, logo logo vai rolar), eu tive a oportunidade de realizar minha pesquisa no lugar mais inóspito e isolado do mundo. Fui para a Antártica, mais precisamente na Ilha Elefante (região da Antártica Marítima) onde fiquei acampada por 30 dias (sim acampei na Antártica, depois conto tudo pra vocês).

Meu mestrado foi na área de ecologia de criptógamas (briófitas, líquens e fungos) nas áreas de vegetação na Antártica, além das duas espécies de Angiospermas que existem lá e a relação do aquecimento global nessas comunidades vegetais. Após o mestrado retornei ao continente gelado como pesquisadora.

Já no meu doutorado, eu continuei trabalhando com as plantas, porém na área forense. Fiz minha tese juntamente com a área de peritos da Polícia Federal e com pesquisadores de algumas das universidades mais renomadas do país, onde trabalhei com sequenciamento de nova geração, bioinformática, genômica plastidial de variedades de Cannabis (Maconha) que eram apreendidas pela PF aqui no país.

Como vocês viram a biologia possui uma gama de áreas de atuação muito vasta, e cabe ao acadêmico buscar a área de seu interesse e se especializar nela.

Espero que todos os meus colegas biólogos tenham um feliz dia, e desejo que a nossa profissão seja cada dia mais valorizada (algo que está longe de acontecer) e respeitada.

Você é biólogo (a), deixe nos comentários uma breve descrição da sua trajetória acadêmica.

Agradecimento especial aos colaboradores Dedo Verde do blog:

• Rafael Matielo
• Cláudia K. Plá

Se você curte o nosso trabalho, seja um colaborador do Jardim, clique na imagem e saiba como.

The post 3 de setembro, dia do Biólogo appeared first on Criando um Jardim.

Para começar a falar sobre nomenclatura biológica precisamos começar falando sobre evolução.

E você sabe o que significa evolução?

A evolução é o estudo da história dos organismos. Um conceito Latu sensu diz que é a origem de entidades que possuem diferentes estados de uma ou mais características, e as mudanças em suas proporções ao longo do tempo.

Já a EVOLUÇÃO BIOLÓGICA é uma mudança ao longo do tempo das proporções de organismos individuais que diferem geneticamente em um ou mais caracteres (Futuyma, 1998)

Como disse Darwin:

“A evolução é um processo que requer um tempo tão longo que não haveria possibilidade de que alguma pessoa pudesse observá-la diretamente”

Charles Darwin

E onde entra a nomenclatura biológica? O famoso biologuês?

Em 1735, o pesquisador sueco Carolus Linnaeus inicia projeto audacioso de pesquisa de todos os tempos. Ele se propôs a descobrir todos os tipos de plantas e animais do planeta, e em 1759 Linnaeus começou nomear cada espécie com um duplo nome latinizado.

Vocês já devem ter ouvido falar muito do Linnaeus no ensino médio, pois foi ele o responsável pelo Sistema Binomial. Antes dele, o nome das espécies era enorme (tipo o nome dos antigos regentes do Brasil), e se você acha complicado agora pode ter certeza que antes era bem mais complicado.

O Sistema Binomial rege além do nome científico da espécie toda a classificação taxonômica.

Quando se refere às espécies, elas sempre têm dois nomes, ou seja: o gênero e o epíteto específico.

Ex: Capsicum frutescens (Pimenta-malaqueta)
Capsiucum é o gênero
Frutescens é o epíteto

Todas as pimentas do gênero Capsiucum começaram o nome da espécie assim, o que define e diferencia é o espíteto.

E atenção!!! Gênero e nome cientifico é sempre em itálico ou sublinhado. Os biólogos piram quando não é escrito assim!!!

Com esse sistema de nomenclatura os estudos evolutivos das espécies deram um grande salto.

Na época de Linnaeu, ele defendia a Teoria do Fixismo, que acreditava que os organismos haviam sido criados de acordo com a forma atual e que uma espécie não poderia dar origem a outra.

“Uma vez criada às coisas estavam estabelecidas pela eternidade”

Carolus von Linaeus

Ao longo dos estudos percebeu grandes semelhanças entre os seres vivos = espécies poderiam surgir por cruzamentos de espécies diferentes, nisso o homem foi incluído como um animal e não um ser isolado. (Lembrando que na época, 1700 a igreja tinha muita força e tudo o que se sabia era relacionado ao que estava na bíblia).

A nomenclatura sempre teve uma relação muito próxima com a evolução biológica, mas para este post não ficar tão grandão vou deixar a parte da evolução mais pra frente.

Mas agora você já sabe de onde vem o nome científico das espécies, e o porquê da forma que escrevemos.

É importante saber conhecer as espécies pelo nome científico, pois, dependendo da região, espécies diferentes tem o mesmo nome popular, e no caso das plantas, muitas espécies tóxicas tem o nome popular de espécies medicinais, e olhem o perigo se você se guiar apenas pelo nome popular sem conhecer a planta.

Espero que tenham gostado deste post, curta, comente e compartilhe com seus amigos que tem curiosidade sobre taxonomia e nomenclatura biológica.

Se você curte o nosso trabalho, seja um apoiador do Jardim, com apenas R$5,00 mensais você nos ajuda a continuar com este projeto. Acesse: https://www.catarse.me/criandoumjardim e saiba como.

The post Noções de nomenclatura biológica appeared first on Criando um Jardim.

Os jardins fazem parte da nossa civilização desde os primórdios da nossa história. Na cultura cristã o primeiro jardim foi o do Éden, onde habitavam Adão e Eva.

Porém com a domesticação das plantas e a mudança de hábitos dos humanos primitivos de nômades para sedentário, alguns jardins começaram a ser construídos nas cidades primitivas.

Um dos mais importantes da história antiga são os Jardins Suspensos da Babilônia, que foi construído do século VI a.C. a pedido do rei Nabucodonosor na Mesopotâmia.

Nesta postagem vamos falar um pouco mais sobre esse jardim tão importante para a civilização humana

De forma geral, os jardins são locais públicos ou privados que possuem uma vegetação marcante e são destinados a contemplação e lazer.

Arqueologicamente não existe uma comprovação da existência dos Jardins Suspensos da Babilônia como é apresentado no registro escrito. Considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo, acredita-se que a localização era próxima a atual cidade de Hillah no Iraque.

Porém uma descoberta em 2013 pode ser a primeira comprovação da existência dos Jardins. A arqueóloga Dra. Stephanie Dalley, da Universidade de Oxford, encontrou uma estrutura de jardim enterrada similar as descritas para o Jardim da Babilônia. A estrutura data do período do governo do rei Sennacheribe entre os anos de 705 a 681 a.C. e não do rei Nabucodonosor como até então se conhecia.

Porém, vamos falar das características desse grande jardim.

Os jardins eram uma obra grandiosa, como muitas das maravilhas da antiguidade. Constituído de sete andares de terraços, sendo cada um desses andares um jardim diferente, ele possuía rica vegetação e fauna.

Espécies frutíferas, estátuas de Deuses e cascatas podiam ser vistos em qualquer um dos sete andares da construção. Em função da localização do jardim ser próximo ao rio Eufrates, um complexo sistema de irrigação foi desenvolvido para a captação de água e manutenção desse complexo de jardins.

O que aconteceu com esses jardins?

A veracidade da existência dos Jardins Suspensos da Babilônia ainda é muito discutida, sendo eles mais conhecidos por textos antigos gregos e romanos, uma vez que textos babilônicos são muito escassos.

Como comentei anteriormente, novas descobertas acreditam na existência de um complexo de jardins, porém em outra época para a Babilônia, porém o mistério sobre o local e as narrativas sobre a sua esplendorosa beleza nunca serão esquecidos.

Você gostou deste texto sobre jardins antigos? Deixe um comentário com a sua opinião e sugestões de outros jardins famosos para comentarmos com vocês nas próximas postagens.

Se você curte o nosso trabalho, seja um apoiador do Jardim, com apenas R$5,00 mensais você nos ajuda a continuar com este projeto. Acesse: https://www.catarse.me/criandoumjardim e saiba como.

Referências utilizadas:

• Jardins Suspendos da Babilônia – InfoEscola. Acesso em 16/06/200 em: https://www.infoescola.com/historia/jardins-suspensos-da-babilonia/#:~:text=Os%20Jardins%20Suspensos%20foram%20constru%C3%ADdos,durante%20seu%20reinado%20pela%20Mesopot%C3%A2mia.
• Jardins Suspensos da Babilônia. Acesso em 16/06/2020 em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jardins_Suspensos_da_Babil%C3%B3nia
• Os Jardins Suspensos da Babilônia na verdade, ficavam na Assíria. Acesso em 16-06-2020 em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/voce-sabia-que-os-jardins-suspensos-da-babilonia-na-verdade-ficavam-na-assiria.phtml

The post Os Jardins Suspensos da Babilônia appeared first on Criando um Jardim.

Olá pessoal,
Finalzinho de 2018 fomos curtir umas rápidas férias em família. Optamos em irmos para um local calmo, próximo da capital do estado, Porto Alegre, e que tivesse praia.

A escolha foi a cidade de Tapes, na região centro-sul do Rio Grande do Sul. Cidade conhecida como “namorada da lagoa” e o “berço da plantação de arroz”.

Conheça um pouquinho sobre a cidade de Tapes.

Cidade localizada na margem da Lagoa dos Patos foi fundada no século XIX de uma estância de produção de charque (um tipo de carne seca característica aqui do estado e que é deliciosa).

Cidade de grande beleza natural, abriga em seu território reservas florestais de Butiás, com registro de muitas espécies dessa palmeira que estão ameaçadas de extinção.

Sua vegetação é intercalada de regiões de campo e florestas, sendo as principais espécies arbóreas encontradas no local figueiras, tarumãs, maricás, butiazeiros, vassouras vermelha, capororocas, erva-de-bugre, aroeira, branquilhos, mamica-de-cadela (todos nomes populares típicos do nosso estado)

IMPORTANTE!!!!

Líquens, musgos, bromélias, orquídeas e samambaias presentes nos troncos das árvores não prejudicam em nada a planta, pelo contrário. Quando esses organismos estão presentes eles formam um mini ecossistema na árvore.

NUNCA PINTE UM TRONCO COM CAL OU TINTA BRANCA PARA ELIMINAR ESSAS PLANTAS. VOCÊ VAI ESTAR ENVENENANDO SUA ÁRVORE E ASSASSINANDO PLANTAS E ANIMAIS BENÉFICOS!

Fique ligado!!!

E as férias, como foram?

Ficamos quatro dias na cidade, em uma região mais afastada do centro mas próximo a uma das praias. Fizemos a reserva da casa pelo Airbnb (excelente, super recomendo!)

Eramos 4 pessoas e o Senhor Yoda (no post de amanhã vocês vão conhecer ele). O local era incrível, de uma natureza única. Passeando pelo bairro encontramos árvores seculares, Figueiras imponentes com seus troncos cheios de líquens e musgos.

Além das árvores nos Jardins, os canteiros eram largos e cuidados. Com arvoretas e agaves.

Me surpreendeu encontrar bromélia barba-de-pau, (espécie ameaçada em função da coleta indiscriminada na natureza dessa planta para artesanato) tão preservada, essas plantas compõem um cenário lindo!

As casas na localidade que ficamos possuíam jardins bem cuidados e com uma grande variedade de árvores e palmeiras. Um local ideal para descansar e se conectar com a natureza.

A praia que ficamos era mais afastada, permitia animais (o que deixou seu Yoda realizado) e era limpa. Praia de lagoa com água deliciosa. Perfeita para quem quer relaxar e curtir o sossego.

Na casa ao lado da que ficamos, o jardim era divino. Uma grande área de gramado com vários blocos de horta e pomar delimitados. Uma inspiração!

Nesta nova fase do Criando um Jardim vamos fazer posts sobre jardins pelo mundo. Onde estivermos visitando, vamos registrar e mostrar pra vocês.

E se você está se perguntando…

“Mas não eram férias, como que ficaram procurando trabalho para postar?”

 

Simples: Quando você ama o que faz, o trabalho não existe. Tudo é prazeroso, e jardins é o que amamos!

Se você quer uma postagem sobre os jardins da sua cidade, entre em contato conosco. Estamos abertos a parcerias para viagens e publicidade.

Confira agora mais algumas imagens de Tapes (RS), e espero você aqui amanhã para um novo post!

Se você curte o nosso trabalho, seja um apoiador do Jardim, com apenas R$5,00 mensais você nos ajuda a continuar com este projeto. Acesse: https://www.catarse.me/criandoumjardim

The post Os jardins de Tapes appeared first on Criando um Jardim.