Orquídeas: do vaso para a árvore

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Lindas e delicadas, as orquídeas são as as vedetes das floriculturas. Pertencentes a uma das maiores famílias botânicas, com cerca de 50 mil espécies (entre naturais e artificias), a família Orchidaceae sempre despertou muito interesse, seja para decoração como para criação pelos orquidófilos, além do grande papel ecológico que seus representantes possuem.

Com floração ocorrendo apenas uma vez ao ano, e de tamanhos variados, das micro as gigantes, por muitos anos o cuidado e o cultivo foi muito restrito, porém as modificações e hibridizações realizadas artificialmente, fizeram essas lindas plantas serem mais acessíveis e roubarem a cena em floriculturas e mercados como uma das plantas mais vendidas.

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Mas uma dúvida sempre é recorrente: Como manter viva a orquídea que compramos?

Primeiramente vamos entender um pouco sobre a biologia dessa planta na natureza. Suas formas vegetativas e suas flores possuem diversas formas, cores e tamanhos, sendo encontradas na grande maioria como epífitas (crescendo sobre árvores) mas também existem espécies rupícolas (crescendo sobre rochas) e terrestres.

 Um fato importante: Uma planta epífita NÃO é uma planta parasita!!! Elas apenas se fixam sobre a árvore e não sugam a seiva da árvore “hospedeira”. São exemplos de plantas epífitas as orquídeas, bromélias e musgos. Já uma planta parasita penetra suas raízes nas árvores e sugam a sua seiva, são exemplos de parasitas as ervas-de-passarinho.

Por isso, pelo fato dela não ser parasita, que é comum quando compramos uma mudinha de orquídea vir no vaso apenas cascas de Pinus, musgo esfagno e até mesmo algumas bolinhas de isopor, pois ela precisa de suporte para as raízes e a terra não é o substrato mais adequado pelo excesso de umidade (exceto para as espécies terrestres esse ponto).

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Em um futuro post vou dar dicas de como cuidar delas e manter apenas em vasos, mas o de hoje vai ser sobre o transplante para uma árvore 😉

No nosso novo jardim existe uma amoreira bem constituído, com mais de 20 anos. Nele já existia uma orquídea, e resolvi colocar duas que havia ganhado na árvore, pois elas não estavam em um local muito apropriado dentro de casa para o desenvolvimento delas.

1º passo: Você vai precisar de barbante, e apena isso. (Além de uma árvore claro).

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Eu utilizo linha de crochê, mas você pode usar fita, linha de bordar ou até de costura.

Não recomendo usar fio plástico, pois quando a planta vai crescendo, principalmente a árvore, um fio que não degrada irá machucar as plantas e, a longo tempo, causará a amputação do galho.

2º passo: Com muito cuidado retire a planta do vaso, as raízes não podem quebrar e provavelmente elas estarão muito enroladas no substrato, então muito cuidado nessa hora. Retire todo o substrato do meio das raízes. Se não estiver muito fácil, use um palito de espetinho ou um hashi.

3º passo: Encontre um local apropriado para ser a nova morada da sua orquídea. Uma cavidade, ou o início de um galho são os locais mais apropriados, pois dão suporte e acumulam um pouco de água das chuvas. Se tiver musgos na árvore, repare a direção que eles crescem, os musgos crescem voltados para o lado que mais tem umidade no ar, já é uma ótima dica para colocar suas orquídeas voltadas para o mesmo lado.

Caso a sua árvore seja muito jovem, você pode fixa-la diretamente no tronco, mas cuidado para não ser em uma posição que receba sol por longas horas.

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4º passo: Com o fio, prenda a orquídea no novo local. IMPORTANTE: Não aperte muito nem a orquídea nem a árvore, pelo mesmo motivo que falei antes, muito apertado pode impedir a circulação da seiva e necrosar a região. Então deixe firme mas que dê para a planta crescer, pois a orquídea vai ter que lançar raízes novas e se fixar na árvore, dai a linha não será mais necessária, e como vai ser de material degradável, com o tempo ela vai se desmanchar.

5º passo: Feito isso, agora borrife água na sua orquídea, afinal ela merece esse mimo. Dê preferência água da chuva, mas se você não tem, pode ser filtrada, mineral ou da torneira mesmo (o problema dessa só é o alto nível de cloro).

Como a mudinha vai estar se adaptando e lançando raízes novas, é bom você borrifar frequentemente nos primeiros dias, depois só cuidar uma época muito seca (tanto de chuva quanto de umidade do ar) que vai ser necessário borrifar mais água nela.

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No início comentei que nessa árvore já tinha outra orquídea, pois é, ela estava cheia de mudinhas. Então aproveitei e transplantei elas para outros pontos na árvore. Na sequencia de fotos a seguir vocês vão observar o passo-a-passo desse transplante além das raízes novas crescendo (observe a ponta verde da raiz).

Para acompanhar como andam essas mudinhas, fiquem de olho no meu Instagram, lá vou postar atualizações delas e das outras plantas do jardim.

Até a próxima!

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